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“A vida diz sim para os meus sonhos”

Sonho renascimento

“A vida diz sim para os meus sonhos” é uma frase que descreve bem todo o caminhar de Leila e Antônio até a chegada de Isa. Foi um parto que tive a honra de participar. Um parto inteiro, feito de entrega, amor, confiança.

Por muito tempo, o casal tentou engravidar sem alcançar o que tanto desejava. Por isso, na minha visão, era um parto em que nada poderia dar errado, pois tudo merecia dar certo. Foi um parto que, como renascedora, a meu ver, trouxe muitos aprendizados. Foi um parto de amor, de cura e de conexão.

Para mim, foi muito importante poder fazer parte desse movimento de seguir o fluxo da vida. Meu nome é Anailza Meirelles, sou renascedora e, sim, este texto é mais um relato de parto.

Sonhos a dois

No dia do parto, eu cheguei preparada para agir caso uma memória do abuso sofrido pela mãe na sua infância surgisse. Claro, nós havíamos trabalhado essa dor em especial durante as sessões de renascimento ao longo da gestação. Conto mais sobre essa preparação em um outro post.

Contudo, em um momento delicado como esse, muitas vezes a dor física acaba trazendo à tona as dores emocionais da parturiente. Então, eu já fui preparada para fazer algumas intervenções de programação neurolinguística. Intervenções em nível cerebral mesmo, no sentido de ressignificar de imediato para que nada atrapalhasse a fluidez desse parto.

E, felizmente, pude contar com a presença de Antônio, o pai de Isa, que chegou inteiro ao seu nascimento. Um pai que se preparou, se conectou e se fez presente. Ele sabia cada momento e cada movimento. Assim, foi um parto em que o casal se conhecia ao ponto de perceber que as pausas das contrações eram relacionadas a um fator externo.

Todas as vezes em que a mãe de Leila se aproximava, ainda que com muito amor e carinho, buscando fazer o que era melhor, o corpo de Leila respondia. Sabemos que a memória libera adrenalina, causando uma tensão que se espalha no ambiente. E é muito provável que isso influencie no resultado do parto – e foi o que aconteceu. Foi preciso, então, partir para a indução do parto.

Depois de estimular, fazer acupuntura, terapia vibracional e realinhamento, as contrações passaram a chegar. Porém, elas não evoluíam. Sabiamente, Leila percebeu que existia uma interferência externa e foi esse o momento de irmos para o hospital. E foi uma caminhada segura, bonita. Ao chegar ao hospital, ela foi acolhida, ela foi inteira, ela foi preparada.

Confiança e integração da equipe

Eu já falei em um texto anterior sobre como a confiança influencia no parto – clique para reler. E, por esse motivo, fico feliz pelo fato de o casal ter escolhido muito bem a equipe que o acompanhou em sua jornada. Porque éramos uma equipe integrada, coesa; uma equipe unida para ajudar a realizar os sonhos desse casal.

Essa equipe foi composta por um médico homem, um obstetra. Partejar com um médico daquela forma, com um homem, foi muito inteiro. Para Leila, foi importante ter um médico homem conduzindo esse parto, já que foi uma gestante que veio de uma história de dores, abusos, negações, desrespeitos ao seu próprio corpo, à sua sexualidade.

Para mim, o momento que me marcou durante o trabalho de parto foi quando uma memória do abuso sofrido por Leila veio à tona. A postura do médico que, gentilmente, colocou-se em uma posição de permitir que fizéssemos uma intervenção naquele instante é um exemplo do envolvimento de todos com a chegada daquela criança.

Dessa maneira, pudemos intervir a favor da família. Nós ressignificamos essa memória que estava interferindo e o corpo da mãe começou a responder positivamente.

É chegado o momento do parto

As contrações começaram a vir e o casal passou a se conectar cada vez mais. Durante essa preparação para o parto, eles fizeram dois processos de respiração, de renascimento. Utilizaram a técnica de forma inteira, olho no olho, agachamento total. Foi quando Leila se conectou com aquela mulher forte que existia dentro dela.

O marido, completamente conectado com a esposa e o momento, fez conexão com o seu próprio guerreiro, um guerreiro amoroso. Um guerreiro que chamou a sua filha e disse: “pode vir que o seu pai está aqui, com você e para você”.

Enfim, essa forma de integrar esse nascimento foi intenso. E foi assim que Leila trouxe a grande Isa a este mundo – uma bebê feliz, saudável, grande e bonita. Uma criança que, ao ouvir a voz do pai, respondeu com um sorriso, com o choro e com a grande conexão.

Esse foi um parto de muito amor. Um parto de entrega. Um parto onde tudo saiu com a fluidez, com a leveza – como eles mereciam, assim como mereciam viver seus sonhos. Gratidão por ter vivido a experiência do nascer de Isa.

*Os nomes foram alterados para preservar a privacidade do casal.

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