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Renascimento ajuda pai a ressignificar sua experiência

Pode o renascimento ajudar um pai a ressignificar sua própria experiência? Eu hoje quero falar um pouco mais sobre o pai de Léo, Rafael – reveja aqui o relato desse parto. No início da nossa jornada, ele estava um tanto quanto desconfiado em relação ao trabalho que iríamos desenvolver. Nas palavras dele, “dentro da minha racionalidade, muitos dos aspectos abordados eram descabidos”.

A postura de Rafael é compreensível. Afinal, somos ensinados a pensar a gestação e o parto como mais um evento, como mais uma meta a ser cumprida na vida. Assim, perdemos a oportunidade de perceber o processo de renascimento pelo qual toda a família passa (pai, mãe e criança) com o nascimento de um bebê.

 

“Gerar uma vida e o processo de trazê-la ao mundo é mundo mais complexo do que pode alcançar a razão.”

– Rafael

 

Por isso foi tão lindo ver, em cada etapa da gestação, o compromisso que Rafael assumiu. O compromisso de acompanhar e se empenhar em tudo que o casal, em conjunto, julgasse importante para o processo. Ele verdadeiramente abraçou o papel de pai. Ademais, superou a própria descrença e entregou-se às atividades propostas. Ao fim, ele mesmo renasceu com a chegada de Léo.

Uma abordagem diferente

Em dado momento da nossa história, a necessidade de realizar o parto em hospitais foi importante. Porque isso, de certa forma, representou uma melhora na qualidade de vida das pessoas. Enfim, reduzir as elevadas taxas de mortalidade materna e infantil que imperavam foi importante. Igualmente, estar em um ambiente controlado e com profissionais de saúde treinados, inclusive, ajuda a trazer mais segurança aos pais.

Porém isso de forma alguma descarta a possibilidade de que o parto seja mais humanizado. Alopatia e técnica cirúrgica têm, sim, o seu valor e o seu lugar. Mas outras técnicas, como o Renascimento (que trabalha a respiração e a história familiar, promovendo a reconexão) também têm o que acrescentar. E, ao longo do processo, Rafael foi capaz de entender isso.

Renascimento integrativo

Aliás, mais que isso: hoje ele consegue reconhecer a importância de cada uma de nós que fizemos parte da equipe, todas a postos para ajudar no nascimento de Léo.

 

“Muito obrigado a todas. Agora mais do que nunca entendo por que o dom de gestar e, consequentemente, parir é exclusivo das mulheres.” – Rafael

 

Além de mim, que busquei trazer a visão ancestral e holística do processo, o casal contou com uma doula, em um papel quase maternal; uma enfermeira obstetra que foi uma espécie de mediadora de todo o processo, levando a um equilíbrio de todos os envolvidos; a guardiã eleita pelo casal; e a médica obstetra que acompanhou toda a gestação.

Renascimento e um novo olhar sobre o parto

Em especial, destaco a aceitação de Rafael em relação a eleger uma guardiã para acompanhar o processo do casal. Fico feliz que ele tenha compreendido que essa eleição não significa fragilidade. Apenas que ele e Roberta não estavam sós e que podiam, sim, fraquejar, pois o apoio estava sempre por perto e atento.

Renascimento integrativo

Eu creio cada vez mais em um mundo melhor quando vejo o relato de pais como Rafael. Um pai que passou a entender que há muito mais detalhes a cuidar após a descoberta da gravidez… por sinal, muito além da escolha do obstetra! Você tem razão em sua colocação, Rafael: “obstetrícia não é medicina, parto não é cirurgia e gestante não é paciente/doente”.

 

“Em um tempo em que perdemos o referencial de parto, de a mulher assumir para si esse momento, aprendi muito e modifiquei muitas das minhas posturas e pensamentos preconceituosos. Me surpreendi e hoje respeito e honro a força da ancestralidade. E entendi a necessidade de renascer, morrer e deixar nascer o novo.” – Rafael

 

Tenho um grande orgulho por ter feito parte do processo de ressignificação das memórias dessa família durante todo o processo da gestação. Tenho certeza de que, juntos, construímos boas primeiras impressões na memória desse Ser que acaba de chegar ao mundo. Gratidão ao Universo por ter vivido esta experiência!

 

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